Na manhã de 1 de Fevereiro 2019 Portugal continental estava a começar a sentir os efeitos da depressão "Helena". O dia nasceu em regime de aguaceiros e vento moderado de SW. Decidi rumar a Peniche para observar aves marinhas e espreitar as gaivotas. Para minha agradável surpresa estava uma Gaivota-hiperbórea (Larus hyperboreus) pousada no meio de um grupo de Gaivotas-de-asa-escura (Larus fuscus) e Gaivotas-de-patas-amarelas (Larus michahellis), junto à foz da ribeira de São Domingos. Apesar de já ter observado esta espécie várias vezes no passado, em particular durante o influxo do Inverno de 2013/2014, nunca tinha observado esta plumagem. A ave, à primeira vista (e condições de luz), tinha um aspecto de adulto com o manto cinzento e íris clara, mas com bico de imaturo. A ave foi gentil e permitiu-me passar algum tempo a estudar e fotografar os detalhes da plumagem. A ave apresentava um bico rosa pálido e amarelo, com uma listra subterminal escura, relativamente bem marcada. A ponta era cor de marfim. As patas eram rosadas, de cor mais intensa que o bico. A íris era cor de azeitona e apresentava uma marca pré ocular escura. Note-se as infusões de castanho na lateral do peito, estendendo-se até à nuca. A terceira pena caudal esquerda (R3) apresentava uma leve infusão castanha ao longo da ráquis. A coloração das primárias começa a aproximar-se do padrão da plumagem de adulto, contudo, apresentava um cinzento menos carregado, e com uma divisão menos óbvia entre o branco da ponta das penas e o interior. Uma boa parte das grandes e médias coberturas mais interiores e terciárias eram brancas. Em voo podemos observar o padrão marmoreado formado pelas coberturas brancas e cremes e as coberturas cinzentas. As coberturas infra alares apresentavam tonalidades cremes nas médias e pequenas coberturas, formando uma barra ligeira, que contrastava com as axilares brancas.
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